sexta-feira, 31 de julho de 2009

PTP - Um Partido que aposta na Juventude

A realização do I Congresso do Partido Trabalhista Português, no dia 25 de Julho de 2009 é a prova de que o céu é o limite para a vontade humana. É pertinente invocar aqui o Poeta e dizer: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. E porque a capacidade de sonhar é também uma característica da juventude, não posso deixar de invocar aqui todos os jovens que participaram no processo de constituição do Partido Trabalhista Português, muitos deles, na árdua tarefa de recolha das mais de 7500 assinaturas que conseguimos reunir e sem as quais, obviamente, o dia de hoje não seria possível.
Feita esta ressalva inicial, e abordando já a questão da juventude e dos problemas que mais a atormentam nos dias de hoje, a verdade é que quando reflectia sobre quais seriam esses problemas: A dificuldade de acesso ao 1.º emprego dos jovens, licenciados e não licenciados; A precariedade no emprego e a instabilidade da vida familiar que daí resulta; A baixa remuneração de jovens qualificados. Dai, hoje já se falar de uma “geração a preço de saldos”.Os períodos de estágio longuíssimos após a formação académica, o que nos demonstra o quão distantes se encontram as nossas Universidades das exigência do mercado de trabalho e da vida real. A crise dos valores e da família que atinge também os jovens. O relativismo dos valores que contribui para o desnorte.
Mas será que, dito isto, se tivéssemos que caracterizar a juventude actual numa única palavra, essa palavra seria Crise? A juventude estará em crise? Desnorte? Deriva? Será que temos uma juventude à deriva na sociedade?
Na minha opinião temos, sobretudo, uma juventude órfã, que se sente abandonada, esquecida, que reclama atenção. Uma juventude órfã de pais vivos! Que não encontra amparo muitas vezes nem na família, nem no Estado.
E talvez percebamos, agora, o alheamento dos jovens em relação à política. É que os decisores políticos estão lá longe nos passos perdidos da Assembleia da República, muito distantes dos problemas quotidianos da juventude. Desde a esquerda chique de Francisco Louçã à direita snob de Paulo Portas, passando pelo postura contida de Manuela Ferreira Leite e pela arrogância presunçosa de José Sócrates, o que falta aos decisores políticos é subir ao Povo, ouvir o Povo, abraçar o Povo e quem sobe ao Povo, sobe também aos jovens. E assim concluímos que os problemas que afectam os jovens, não afectam somente os jovens, afectam também as famílias e a sociedade.

(Discurso de Dr.ª Andreia Gonçalves— Secção da Juventude do PTP—no 1º Congresso do PTP)

5 comentários:

  1. Muito bem! Parecem-me palavras inteligentes e rendilhadas pela poesia da sua autora.
    Todavia, urge a questão - quais as medidas em concreto que o Partido aponta para combater os "problemas" diagnosticados dos jovens portugueses? Obrigada! E parabéns pela iniciativa. Já faltava em Portugal espaço para um partido trabalhista.Afinal, quem melhor para defender o que outros invocam, direito ao trabalho, direito à dignidade trabalhista!

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  2. Juventude orfã?? Sr.ª Dr.ª, os jovens não são orfãos, apenas o modo como o sistema sócio-cultural está feito impede os pais de acompanhar os seus filhos de modo mais qualitativo.
    Vejamos, eu sou mãe, acordo todos os dias às 5:30 h para preparar a minha filha para a escola e a mim para o trabalho. Contabilizando as horas passadas no trânsito, pois não tive dinheiro para comprar casa perto do trabalho e vivo na linha de Sintra, onde, para chegar ao trabalho mudo quatro vezes de transportes... os dias passados no trabalho com regime de isenção de horário de trabalho, onde sou obrigada a trabalhar pelo menos 10 h diárias... quando chego à noite a menina já dorme. É de facto importante perceber a razão pela qual os pais não são mais pais.
    Provavelmente comecaria por perceber como as pessoas trabalham e como as entidades patronais subvertem os direitos de trabalho, nomeadamente no que concerne aos horários, isenções e afins, pois as "culturas de empresa" sobrepõe-se às pessoas, aos Estados e aos Direitos!
    Depois, perceber os esforços que cada ser humano faz para chegar ao seu trabalho usando transportes públicos mal dimensionados às necessidades, de preços dispendiosos relativamente ao tempo que neles passamos. Podemos demorar de 1 a 2 h para fazer 15 km!!
    E perceber a condição de cada ser humano, no meu caso individual, no papel de mãe. A pressão no trabalho foi tanta que depressa deixei de amamentar e não sei se não serei despedida, pois de bestial se passa a besta rapidamente quando deixamos de estar totalmente disponíveis à empresa porque outros valores e prioridades se impõem...
    Enfim, são muitas questões! E numa coisa concordo inteiramente com a Sr.ª Dr.ª, que os problemas que afectam os jovens, afectam também as famílias e a sociedade. Nesta esfera onde todos gravitamos na esfera uns dos outros, é impossível que tudo esteja bem, que tudo se resolva, se simplesmente somos obrigados a demitir-nos das nossas responsabilidades.
    Os politicos que concertem sobre aquilo que é verdadeiramente importante para o país, em vez de prometerem subsídios em vésperas de eleições, que não passam de esmolas e não gratificam nada nem ninguém!
    Pensem numa estratégia coesa de transportes em que pessoas possam usufruir deles de modo qualitativo e rápido.
    Observem as empresas e as condições de trabalho. Uma parte essencial e fundamental da vida das pessoas passa por elas, mas elas não podem ser donos das pessoas, das suas vidas e das suas opções pessoais!
    Observem a natureza humana da mulher. É na mulher que está o futuro da humanidade, deve-se, por isso proteger a maternidade e todas aquelas que voluntariamente tomam essa nobre decisão.
    E proteger a maternidade é proteger a juventude. Dar a possibilidade a uma mãe de se sentir bem e apoiada na sua decisão é deixar um importante legado aos filhos, dando-lhe segurança a cada passo e se subtrairmos as dificuldades dessa falta de apoio, os jovens serão mais livres, mais lúcidos e mais saudáveis, fisica e mentalmente! Porque os jovens precisam de falar. É preciso, portanto, dar-lhe voz, descodificar as suas mensagens e torná-los importantes!

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  3. Até que enfim vejo um partido que defende quem trabalha, coisa que já não via à bastante tempo.
    Estou farto de Politicas que defendem sempre os mesmos chicos espertos, que se aproveitam deste País para fazer grandes fortunas, sem pagarem a crise que fomentaram durante anos, levando-nos a trabalhar quase de borla, sem qualidade de vida, para andarem por ai a dizer que ninguém quer trabalhar.
    Pode ver-se que nos Países da Europa desenvolvidos, altamente industrializados, não se ganha 400 € de ordenado, tem-se puder de compra e isso estimula o comercio, as fabricas, mas aqui a mentalidade retrógrada e egoísta é a mesma da Historia da galinha dos ovos de ouro.
    A ganância é tanta e pior, com ajuda dos governos que tivemos até agora, que só olham para o seu umbigo, esquecendo-se do País em que vão deixar os próprios filhos, pensando que o dinheiro dura para sempre.
    Era de um partido como este que estava à espera, à muito tempo e para mais com quem tem lutado uma vida pelos interesses de quem trabalha!
    A todos os ex. Dirigentes Sindicais e todos os que construíram este Partido, em especial ao Dr. Madaleno, os meus parabéns!
    Que tenham sucesso, rápido!!!!!

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  4. Este país está assim porque nós queremos.
    Á 8 anos atrás ganhou o PSD
    E o que fizeram???
    Deixaram o país de tanga.
    Á 4 anos ganhou o PS.
    O que fizeram???
    É o que nós vemos e já sentimos.
    Agora estou convencido que vai ganhar outravez o PSD porque estamos (queimados) com o PS e já esquecemos o que nos fez o PSD.
    Daí este país nunca vai andar prá frente.
    Já tenho ouvido muito uma frase e concordo com ela, que é « VOLTA SALAZAR QUE ESTÁS PERDOADO»
    Tinha muito mais para dizer mas para quê???
    Sei que não vou conseguir abrir os olhos a estes portugueses (tolos)

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  5. Trabalhistas,
    Convém estar alerta porque nesta altura as promessas de pagamento de subsídios a concepturnos parece estar na moda e as várias categorias, professores, agentes da autoridade e outros estão a ter conhecimento nos orgãos de comunicação social que os seus direitos estão garantidos, que vão ter aumentos superiores a 5%, etc...
    Será que os aumentos de uns vão mesmo ser superiores aos aumentos de outros?
    Será que tais promessas têem como condição a reeleição de quem as faz?
    A mim parece-me que neste perído, tal como acontece com os candidatos que estão impedidos de fazer uso do seu trabalho para efeitos eleitorais, também o Governo deveria abster-se de fazer promessas que não cumpriu nos últimos 4 anos e que no mínimo afectam a igualdade de armas já que nem todos podem convocar uma reunião e informar que foi tomada esta ou aquela medida. Para bom entendedor...
    Não deixem de dizer as verdades, nós temos direito a ser informados. Saudações!

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