A realização do I Congresso do Partido Trabalhista Português, no dia 25 de Julho de 2009 é a prova de que o céu é o limite para a vontade humana. É pertinente invocar aqui o Poeta e dizer: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. E porque a capacidade de sonhar é também uma característica da juventude, não posso deixar de invocar aqui todos os jovens que participaram no processo de constituição do Partido Trabalhista Português, muitos deles, na árdua tarefa de recolha das mais de 7500 assinaturas que conseguimos reunir e sem as quais, obviamente, o dia de hoje não seria possível.
Feita esta ressalva inicial, e abordando já a questão da juventude e dos problemas que mais a atormentam nos dias de hoje, a verdade é que quando reflectia sobre quais seriam esses problemas: A dificuldade de acesso ao 1.º emprego dos jovens, licenciados e não licenciados; A precariedade no emprego e a instabilidade da vida familiar que daí resulta; A baixa remuneração de jovens qualificados. Dai, hoje já se falar de uma “geração a preço de saldos”.Os períodos de estágio longuíssimos após a formação académica, o que nos demonstra o quão distantes se encontram as nossas Universidades das exigência do mercado de trabalho e da vida real. A crise dos valores e da família que atinge também os jovens. O relativismo dos valores que contribui para o desnorte.
Mas será que, dito isto, se tivéssemos que caracterizar a juventude actual numa única palavra, essa palavra seria Crise? A juventude estará em crise? Desnorte? Deriva? Será que temos uma juventude à deriva na sociedade?
Na minha opinião temos, sobretudo, uma juventude órfã, que se sente abandonada, esquecida, que reclama atenção. Uma juventude órfã de pais vivos! Que não encontra amparo muitas vezes nem na família, nem no Estado.
E talvez percebamos, agora, o alheamento dos jovens em relação à política. É que os decisores políticos estão lá longe nos passos perdidos da Assembleia da República, muito distantes dos problemas quotidianos da juventude. Desde a esquerda chique de Francisco Louçã à direita snob de Paulo Portas, passando pelo postura contida de Manuela Ferreira Leite e pela arrogância presunçosa de José Sócrates, o que falta aos decisores políticos é subir ao Povo, ouvir o Povo, abraçar o Povo e quem sobe ao Povo, sobe também aos jovens. E assim concluímos que os problemas que afectam os jovens, não afectam somente os jovens, afectam também as famílias e a sociedade.
(Discurso de Dr.ª Andreia Gonçalves— Secção da Juventude do PTP—no 1º Congresso do PTP)
sexta-feira, 31 de julho de 2009
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